Minha primeira vez no peru

Em fevereiro de 2009 eu tinha acabado de voltar de Miami- Florida, USA e como conhecia alguns peruanos lá, os quais vendiam roupas de marcas eu resolvi vir conhecer o Peru.

De inicio, a saga era de conseguir um fornecedor serio, então comecei a buscar pela internet... Naquela época não era assim tão popular como é hoje e por isso, foi um pouco mais difícil encontrar “o” fornecedor certo. Quando encontramos um, foi pela internet, mas sabe como e, uma peruana, a qual prefiro não citar o nome. Hoje em dia, esta mesma é super queimada no Brasil por fazer as vendas pela internet, receber e não enviar o que realmente prometeu. A mesma oferecia produtos atrativos em relação à originalidade, variedades de marcas e modelos, Deixando-me assim bastante animado com a possibilidade de entrar nesse mercado, e então resolvi investir.

Chamei um amigo para me acompanhar na viagem, tomamos a famosa vacina (febre amarela) que nunca me serviu para nada, e assim viemos. Chegando aqui começou o pesadelo. A “provedora” tinha feito reserva em um “hostal” que para nos brasileiros seria uma espécie de albergue, localizado na Avenida La marina em um local horrível que não tinha nada alem de ponto de van e restaurantes péssimos que nos faziam ficar 24hs por dia dentro do quarto.

E então no dia seguinte finalmente chegaram às roupas! Nossa! Chegaram ao hotel a “provedora” e dois ajudantes fazendo a linha mal encarada que para nos brasileiros era fichinha e com varias sacolas, começaram a abrir e despejar sobre a cama; para minha surpresa mesmo eu tendo trocados dezenas de emails e perdido horas de MSN com ela explicando que eu estava buscando Abercrombie, AX e Ralph Lauren a SRA levou cerca de 5 mil camisas sendo 70% Lacoste, 20% Tommy e os 10% restantes divididos entre AX horríveis e Abercrombie com alguns furos que tinham um singelo bordado de um alce para esconder...nossa que decepção!!! .

Enfim, tinha feito um investimento de quase quatro mil reais, porque paguei caríssimo nas passagens TAM, hotel, mesmo sendo barato, tinha um custo; isso sem falar no cansaço da viagem que estava programada para durar três dias e me vi em uma situação que era:  sim ou sim. Caso eu não comprasse nada e chegasse com as malas vazias no Brasil teria literalmente queimado esse dinheiro. Então a solução era apenas uma: vamos as compras!.

Comecei escolhendo entre as Abercrombie e AX, para enfim passar para as Tommy  e Lacoste. Consegui escolher apenas umas 40 camisas dessas marcas e o que me restou então foram as small crock já que as Tommy eram muito ruins e eu como tinha vivido por 8 anos nos USA sabia de longe que eram replicas...resumindo, ela me entubou 280 Lacoste pelo valor de 18 Dólares cada, 15 Abercrombie pelo valor de 15 Dólares cada e 25 AX por 14 Dólares a peça. Ficamos mais um dia no hotel e retornamos para o Brasil com medo  de ter algum problema no aeroporto e perdermos a mercadoria. Graças a deus chegamos bem e começamos então a luta para vender as camisas.

Nos primeiros 15 dias após iniciarmos as vendas, começaram os problemas. As Lacoste depois de duas lavagens perdiam totalmente a forma e o crocodilo insistia em se transformar em lagartixa!

Gente eu tenho 40 anos, não existe nada em meu passado que desabone a minha conduta, não iria me queimar perante a sociedade,  resolvi então abortar a missão vendas e assumir que tinha perdido. Tenho ate hoje no Brasil embaixo da cama em uma sacola de lixo preta algumas camisas Lacoste, e hoje meus familiares já me pedem, por favor, para que eu não os presenteie nas datas festivas com as mesmas.

Porem não desisti do Peru, e isso ficava martelando em minha mente como fazer para entrar nesse mercado, porque eu sabia que aqui tinha negócio. Afinal, eu já tinha visto as mercadorias boas de meus amigos peruanos. Comecei então a entrar em contato com alguns amigos peruano em Miami e descobri que um deles estaria vindo ao Peru em 20 dias para uma festa de casamento, com esta notícia resolvi viajar.

Chegando a Lima, fui assessorado pelo meu amigo, hospedando-me  em Miraflores e nas primeiras horas, já me encontrava completamente apaixonado pelo lugar com sua limpeza, paisagens, segurança  e com o grande numero de pessoas de outros países circulando pelas ruas, ou tomando café com seus notebooks e câmeras digitais penduradas no pescoço, estava surpreso com tudo o que estava vivenciando desta vez, resolvi naquele dia que esse era o meu lugar!

Foi então que comecei a conhecer os locais e os bons provedores de Lima.

Só para complementar, no segundo dia de buscas, meu amigo me levou a um local onde existe todas as replicas de tudo o que vocês possam imaginar e a primeira pessoa que eu encontrei foi a tal “provedora” em um Box igual ao dos tradicionais camelódromos do Brasil com preços que chegavam a ser 75% dos que eu paguei.

Esse local se chama Gamarra, vou falar em um próximo post.